A obra Presidiariamente, de Álvaro Lapa, está em exposição no Museu Nacional Soares dos Reis (MNSR), durante o mês de abril, inaugurando o ciclo As pinturas visitam o museu, uma parceria entre o Politécnico do Porto e o MNSR, no âmbito da celebração dos 40 anos do P.PORTO. A inauguração do ciclo foi também ocasião para formalizar a parceria mais ampla de colaboração entre as duas instituições com a assinatura do protocolo, celebrado por António Ponte, Diretor do MNSR, e Paulo Pereira, Presidente do P.PORTO.
Na sessão inaugural tivemos a oportunidade de conversar com o artista plástico e professor António Fernando Silva e com a curadora Maria de Fátima Lambert sobre a vida e obra de Álvaro Lapa (1939-2006), um dos mais importantes pintores portugueses da segunda metade do século XX. Ligado à arte conceptual, desenvolveu um estilo inconfundível, em que texto e pintura coexistem. A sua obra foi influenciada pela literatura e pela filosofia, nomeadamente por autores como Nietzsche e Antonin Artaud. Foi professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e deixou um legado artístico singular.
Ao longo de um ano, entre março de 2025 e fevereiro de 2026, doze obras da Coleção de Pintura Portuguesa do Politécnico visitam o MNSR. Assim, celebram os 40 anos do P.PORTO, dando-se a conhecer fora do edifício central, onde se encontram expostas, usufruídas por quem visita ou trabalho no local. A coleção foi constituída a partir de 1990, reunindo cerca de vinte e cinco artistas, presenças significativas no cenário artístico contemporâneo. De forma criteriosa, espelham a diversidade de linguagens que convivem entre gerações inovadoras e lúcidas. As doze obras representam a relevância subjacente a um ensino humanista, rigoroso e atualizado que cumpre a sua missão junto das comunidades, também pela via da Cultura, das Artes para qualificar pessoas dentro e fora da Academia.
As doze obras demoram-se tempo suficiente para serem apreciadas, chegando mensalmente ao antigo Palácio dos Carrancas. Uma a uma instalam-se, de preferência na primeira terça-feira de cada mês; deixam-se observar diariamente e “deixam-se entrevistar” à quinta-feira. Promovem-se conversas sobre cada artista e sua obra, numa circularidade que agregará novos públicos. Protagonizam ativações e gostos, instigando diálogos abertos com as obras patentes na exposição de longa duração do MNSR.
Para algumas destas peças, trata-se de um regresso, após uma primeira estadia, aquando da celebração dos 30 anos do Politécnico do Porto, em 2015, na primeira exposição que as deu a conhecer, pela primeira vez, a um público mais vasto, para lá do académico.