O Ano Internacional da Tabela Periódica – assim declarado pelas Nações Unidas, em Paris, pela UNESCO e pela União Internacional de Química Pura e Aplicada – arrancou esta terça-feira, dia 29 de janeiro. As comemorações assinalam aquele que é considerado “o instrumento científico mais acessível do mundo”, um sistema onde constam todos os elementos de que a natureza é feita.
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), em parceria com Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), promove um conjunto de iniciativas no decurso do ano, com o objetivo de assinalar e celebrar a efeméride de uma das mais significativas conquistas da Ciência.
Enquanto em Paris arrancavam as celebrações, em Portugal 12 cidades juntaram-se à iniciativa com a formação de Tabelas Periódicas Humanas nos locais mais emblemáticos da cidade. Designado como Dia do Mendelévio, teve como objetivo sensibilizar jovens (ensino básico e secundário) e o público em geral para a importância deste ícone da Química. A cidade do Porto juntou-se à iniciativa com a formação de uma Tabela Periódica Humana junto à Câmara Municipal. O ISE apoiou a este evento, convidando várias sscolas secundárias do Grande Porto para se associarem à iniciativa.
Foi em 1869 que o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleev conseguiu o feito de publicar a primeira versão da tabela periódica tal como hoje é conhecida, ao ordenar 63 elementos químicos de acordo com a sua massa atómica. Não ganhou um Prémio Nobel, mas após a sua morte o seu nome foi dado a um elemento químico, o mendelévio, sintetizado pela primeira vez em 1955 — um elemento metálico e radioativo sem aplicação. A Tabela Periódica foi, sem dúvida, uma das mais significativas conquistas da Ciência, e desde então, esta"linguagem comum para a ciência" tem vindo a crescer ao longo dos anos com a descoberta de novos elementos.
Com 118 elementos químicos atualmente, dispostos em colunas segundo o seu número atómico, que define as propriedades químicas, grande parte deles existe na natureza e os restantes foram sintetizados em laboratório. Como compara o secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Química, Adelino Galvão, "é como uma casa construída em Lego, em que as peças são todos os elementos que compõem a matéria, orgânica e inorgânica, arrumados por famílias em função de características químicas semelhantes, como a densidade e a radioatividade".