A adaptação da agricultura às alterações climáticas exige uma compreensão mais profunda dos processos dos ecossistemas. É com base nessa premissa que surge o projeto Sustainable Agriculture, Forestry and Live-stock Production Towards Climate Change (SA2CC). O seu principal objetivo é enfrentar os desafios impostos pelas alterações climáticas nos setores da agricultura, pecuária de pequena escala e silvicultura, através de uma abordagem integrada.
Este projeto terá a duração de 36 meses e conta com um financiamento da União Europeia de 891.970 euros. O Politécnico do Porto encontra-se representado pela professora Paula Escudeiro, docente no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Embora elementos individuais como as árvores florestais, as sebes e a agrossilvicultura façam parte da solução, as políticas florestais desatualizadas impedem maior progresso. É necessária uma transição da abordagem tradicional – que separa a silvicultura das terras agrícolas – para uma perspetiva mais integrada. Também a silvicultura deve adaptar-se às alterações climáticas, tendo em conta a composição das espécies de árvores, as rotações de culturas e as intervenções prescritas. Os dados do inventário florestal podem orientar a migração de espécies de árvores para terras abandonadas, promovendo o desenvolvimento de novos ambientes. A colaboração entre especialistas em silvicultura e agricultura é crucial para uma adaptação climática inteligente, abrangendo aspetos como a gestão da água, a prevenção de incêndios florestais, a logística e a disponibilização de madeira para as povoações rurais.
O projeto SA2CC surge neste contexto, alinhado com o ODS da Ação Climática, que “visa enfrentar o desafio global e urgente das alterações climáticas, nomeadamente assegurando que todos os países do mundo (a) reforçam a sua capacidade de resiliência e adaptação às alterações climáticas, prestando especial atenção aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) e aos Países Menos Desenvolvidos (PMD), bem como às comunidades mais vulneráveis e afetadas pelas alterações climáticas (b) integram as alterações climáticas nas políticas, estratégias e planeamento globais e nacionais, a fim de assegurar ações coerentes, eficientes e rápidas e (c) sensibilizam e educam os cidadãos para o desafio climático e para as medidas a tomar”.
Da lista de objetivos do SA2CC, destacamos:
- Combater os efeitos da crise climática nos setores agrícola, pecuário e florestal, formando cientistas qualificados;
- Identificar os pontos fortes e fracos dos cursos existentes, para melhor incorporar temas sobre alterações climáticas;
- Atualizar os currículos universitários, integrando novas disciplinas relacionadas com o clima;
- Utilizar a educação como ferramenta para lidar com as mudanças climáticas;
- Aumentar a produção e qualidade alimentar, mitigando as consequências climáticas;
- Desenvolver recursos educativos e workshops para capacitar instituições de ensino superior na integração de estratégias de adaptação climática;
- Envolver jovens investigadores na pesquisa sobre alterações climáticas na região do Baikal;
- Criar oportunidades para a troca de experiências entre responsáveis de programas curriculares.
A lista de entidades parceiras no projeto, além do Politécnico do Porto: Universidade “Stefan cel Mare” de Suceava (coordenação); CreThiDev (Creative Thinking Development); Universidade Agrícola de Atenas (AUA); Universidade de Turim; Escola de Agroecologia e Negócios da Universidade de Ciências da Vida da Mongólia; Universidade Eco-Asia; ONG Soil Habitat (SOH); Universidade Estatal de Naryn (NSU); Universidade Estatal de Issyk-Kul (IKSU); AgroLead; Virtual Campus.