No Dia Internacional da Mulher damos voz às mulheres que recriam e inovam, todos os dias, o espírito disruptivo e inquieto da casa que já as acolheu, o Politécnico do Porto.
Hoje conhecemos Vânia Trindade, alumna da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (a extinta ESEIG, no Campus 2, agora ocupado pela ESHT e ESMAD).
O meu nome é Vânia Trindade, tenho 36 anos e sou licenciada em Design Industrial pela antiga Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG). Após a licenciatura, estagiei como designer de produto e colaborei no departamento de marketing e comunicação numa empresa de máquinas de café. Depois do estágio, trabalhei dez anos na área do design de interiores e mobiliário, mas em 2018 decidi afastar-me e criar a minha própria empresa, na área do cake design artístico e de luxo. Alguns meses depois, fui convidada a dar formação na área e, desde aí, já dei formação a centenas de alunos. Tenho tido oportunidade de ser convidada a participar em colaborações internacionais de cake design e em concursos, nacionais e internacionais. Apesar deste desvio que fiz, do design industrial para o cake design, sem o conhecimento que adquiri no Politécnico do Porto e na minha experiência profissional, provavelmente a minha vida seria completamente diferente e nunca teria tido confiança para criar o meu próprio emprego com liberdade criativa e de horário.
Como mulher, qual a receita “mágica” para ultrapassar barreiras e quebrar preconceitos?
Penso que acima de tudo o conhecimento e estudo. Sem conhecimento e estudo não há compreensão do mundo que nos rodeia, nem força para ultrapassar barreiras que, durante tantos anos, as mulheres tiveram de destruir para serem ouvidas. Para mim, e como mãe, é importante a sensibilização e o ensino desde tenra idade para que homens e mulheres cresçam a olhar um para o outro de forma igual.
Qual é para si o papel da mulher dos dias de hoje?
A mulher dos dias de hoje é um reflexo das mudanças pelas quais as mulheres lutaram durante séculos. Deixámos de ser apenas esposas e mães, restritas ao lar. Passámos a ter confiança nas nossas capacidades e lutamos por uma vida independente. Somos capazes de criar o próprio emprego e liderar grandes empresas e instituições, como por exemplo a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Como podem contribuir as instituições de ensino superior para capacitar as mulheres a fazerem o que querem?
Conhecimento é tudo. Se uma mulher estuda e desenvolve as suas capacidades, consegue fazer tudo o que desejar.
Qual a diferença entre as lideranças feminina e a masculina nos dias em que vivemos?
Na minha opinião penso que a mulher é mais empática, sensível ao detalhe e mais comunicativa. As mulheres na liderança tendem mais a construir relacionamentos e um bom ambiente de trabalho. Já numa empresa com cultura masculina, a mulher muitas vezes não se sente à vontade em expressar as suas emoções, por exemplo, ou até mostrar o seu potencial e adequa-se ao padrão estabelecido. Infelizmente, em Portugal, existem ainda muitos preconceitos, mas acredito que as futuras gerações vão mudar ainda mais e quebrar estas barreiras.
A mulher pode ser um gerador de mudança? Em que área considera o seu papel mais importante — negócio, empreendedorismo, liderança?
Sim, claro. Em todas as áreas a mulher tem um papel importante. Somos empáticas, conseguimos calçar os sapatos dos outros e, por isso, a liderança feminina está alinhada com uma organização que define a paixão, a colaboração e a liberdade de sermos nós mesmas.
O que pensa quando se fala de “empoderamento feminino”?
Para mim, o empoderamento feminino é elevar o conhecimento da mulher através da educação e consciencialização que ela pode, e deve, elevar-se a si mesma. Pode e deve lutar por um futuro melhor. Pode e deve lutar contra a violência e preconceito. Pode e deve ter paz e segurança. Pode e deve lutar pelos seus direitos.
Acredita que a sociedade está a evoluir no que concerne à igualdade de género?
Ainda que devagar, mas sim.
Que mensagem quer partilhar no dia de hoje.
Tudo começa a dar certo quando a mulher começa a acreditar em si mesma e, a cada dia que a mulher não desiste, ela vence.
Gabinete Alumni do Politécnico do Porto
Marisa Barroca
E. gabinetealumni@sc.ipp.pt
T. 225 571 000
