Uma verdadeira task-force respondeu à urgência do Serviço Nacional de Saúde.
Numa ação de solidariedade, e sob coordenação da Escola Superior de Educação (ESE), em colaboração com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e a Porto Global Hub, vários docentes juntaram-se na produção de viseiras de proteção integral para o Sistema Nacional de Saúde.
A doação deste material partiu de uma lista de necessidades previamente identificadas pela SNS. E mesmo numa altura em que atividades letivas presenciais estão suspensas, a mobilização foi imediata.
Prudência Coimbra, Presidente da ESE, descreve esta ação como “o reconhecimento de uma necessidade imperiosa e a capacidade de resposta do Politécnico do Porto da sua missão na sociedade”. “Dada as atuais necessidades do Serviço Nacional de Saúde, e o excelente serviço prestado, sentimos a necessidade colocar ao serviço as nossas competências e contribuir para estes tempos difíceis."
A viseira, produzida em impressoras 3D, com elástico e acetatos, tem por base um projeto que tem vindo a ser desenvolvido, modificado e produzido internacionalmente seguindo o modelo original de Josef Prusa e alterado para usar folhas de acetato A4.
"Com o apoio de várias empresas, que doaram material, foi criada uma linha de montagem ao domicílio” – esclarece a presidente - “mais de uma dezena de docentes produzem as peças a partir de casa com recurso a impressoras 3D, um único funcionário recolhe as peças, concentra-as na Escola Superior de Educação e o hospital recolhe o material, devidamente inventariado e acondicionado."
“O protótipo já foi experimentado e adequa-se plenamente às necessidades” – declara o Dr. Márcio Rodrigues, da Administração do Centro Hospitalar do Santo António e diretor do Serviço de Logística. "A Viseira de Face Integral, desenvolvida com uma estrutura reutilizável, responde inteiramente às necessidades que possam vir a surgir, sobretudo no que diz respeito a este material específico. Funcionam perfeitamente e como a viseira é descartável, podem ser utilizadas várias vezes sem prejuízo da proteção do nosso profissional.”
“O Hospital de Santo António tem ainda capacidade de resposta” - continua - “mas receamos que a situação mude drasticamente. Estamos muito dependentes de fornecedores internacionais, por isso esta mudança de paradigma, em que a produção se realiza localmente, com pessoas muito capacitadas e altamente motivadas, é um exemplo essencial de colaboração positiva.”
“A sociedade civil precisa de respostas e nós criamos soluções" - afirma Prudência Coimbra - "Esta é uma ação conjunta, do Politécnico do Porto, que foi interpelado e desafiado por um docente próximo ao Hospital de Santa Maria da Feira. Hoje, apesar de todos os constrangimentos, criada a linha de montagem somos capazes de responder com centenas de viseiras por dia.”
Também um grupo de docentes, do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), estão a imprimir suportes para as viseiras de proteção dos profissionais de saúde, em impressoras 3D a partir de casa, contribuindo para o reforço do stock deste equipamento nos hospitais.
"Acho que podemos estar orgulhosos de, numa altura particularmente difícil, dar resposta à solicitação dos nossos hospitais centrais e dar o nosso melhor contributo para a luta contra a pandemia” – conclui a presidente da ESE
Foram já enviadas dezenas de viseiras para o Hospital de Santa Maria da Feira e estão em fase de produção centenas para o Hospital de Santo António no Porto. O Hospital de Gaia e o Hospital de São João já manifestaram o seu interesse.
Fotografia de médica do Serviço de Urgência no Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga para a área Covid-19 equipada com viseira produzida no P.PORTO