Natural de Foz do Sousa, Andreza Oliveira é audiologista especializada em próteses auditivas. A formação na Escola Superior de Saúde (ESS) do Politécnico do Porto levou-a para o Reino Unido, onde trabalha na área e dá apoio à formação e integração de novos colegas. Na bagagem levou determinação e uma boa dose de confiança, valências que o percurso passado na ESS lhe incutiu.
Kingston Upon Thames, a sudoeste de Londres, é uma pequena cidade que quase nos faz esquecer que estamos a escassos 20 minutos de uma das cidades mais importantes do mundo. Encontra muitas diferenças entre a realidade portuguesa e a inglesa, sobretudo a educação académica, “noto que a maior parte dos idosos têm formação universitária e possuem muitos conhecimentos. Os idosos adaptam-se muito melhor às tecnologias e têm curiosidade de aprender a utilizá-las.” Destaca ainda que “as pessoas não têm nenhum preconceito por eu ser estrangeira”.
“No meu trabalho avalio e faço um trabalho de reabilitação a pacientes com perda auditiva. De momento não faço investigação, apenas reflexões mensais e estudos de casos sobre o meu trabalho. Noto que a minha formação é muito mais completa em comparação com os colegas ingleses.”
São várias as boas recordações que destaca dos anos de estudante, sublinhando as Jornadas de Audiologia em Coimbra como uma excelente oportunidade para conhecer outros colegas da área. Concluída a licenciatura em 2012 estagiou ainda em diversos hospitais e clínicas no norte do país. Em 2013 mudou-se para Inglaterra e ainda é por terras de Sua Majestade que se mantém. Portugal estava em plena crise económica e Andreza não hesitou.
Hoje encontra um cenário mais otimista em Portugal, sobretudo “mais propostas de emprego, e maior justiça laboral, o que me alegra imenso. Não é ainda perfeito, mas se fosse agora recém-licenciada, provavelmente teria ficado em Portugal” , avalia.
E é neste horizonte de preocupações que aconselha os futuros licenciados a “não aceitar salários injustos ou ter condições de trabalho injustas. Isso só faz com que os empregadores perpetuem essas práticas. A partir do momento em que alguém aceita um emprego mal pago, um estágio não remunerado, etc, o empregador percebe que vai ter sempre alguém que aceita essas condições e não vai parar com essa prática. Lutem por justiça. Eu em 2012-13 não consegui um emprego que me valorizasse, por isso decidi ir para o estrangeiro.”