“Na ESMAD aprendi que não podemos desistir perante as adversidades, mas sim aproveitá-las para evoluirmos e, dessa forma, libertarmos o nosso potencial, técnico e criativo, pessoal e profissional.” É assim que Ruben Folha resume a sua passagem pelo Campus 2 do Politécnico do Porto, onde concluiu a Licenciatura em Tecnologia da Comunicação Audiovisual (TCAV) na Escola Superior de Media Artes e Design (ESMAD).
Mas foi na dança que começou o seu percurso e, como o próprio explica, “para dizer quem sou e onde estou hoje tenho de descrever um pouco por onde andei e quem fui até chegar aqui”. Entre 2002 e 2005, Ruben estudou na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa. O chamamento pelo palco, por ser criador e intérprete, conheceu aí um rival inesperado: o interesse pela área de som e imagem, por tudo “o que estava por trás do palco”, em particular “a concepção audiovisual e multimédia” de um espetáculo.
O fascínio, que começou por ser um hobby, rapidamente se transformou em algo mais sério e Ruben começou a explorar esta nova vertente. Em 2008 e 2009 foi selecionado para o Live Performers Meeting, em Roma, com os trabalhos “The Never Ending Project: Input#Output” e “Fragmented Vision in a Dream, Extracts”, respetivamente, e o audiovisual deixou “de ser uma perspectiva alternativa” para ser o centro da sua atividade profissional.
Entretanto, em 2005, ainda antes de ingressar na ESMAD, Ruben criou o estúdio Ben-Yu Visuals Crew e dedicou-se a construir ambientes em tempo real, utilizando vídeo, áudio e o espaço como instalação e canal alternativo para apresentar o seu trabalho enquanto produtor/editor de vídeo e VJ. Durante esse período colaborou com diversas produtoras de eventos e artistas, principalmente na área da música eletrónica.
Em 2013, já na ESMAD, entra para a licenciatura de TCAV que, segundo o próprio, lhe abriu “outras portas e perspetivas profissionais, tal como a entrada para o Departamento de Comunicação & Interior Design, no IKEA", onde está até hoje, "como graphic communicator”. Dos anos de licenciatura destaca “o contato com a fotografia analógica e, nesse âmbito, o trabalho de estúdio ou trabalho de campo e, principalmente, o trabalho desenvolvido em laboratório”, da revelação à ampliação.
Ruben desenvolve também colaborações com algumas empresas como consultor em comunicação digital e produtor multimédia e, sempre que pode, tenta apresentar “criações próprias e colaborar com diversos agentes culturais” de diferentes áreas de expressão artística (dança, teatro, cinema, escrita, performance).
E, como se não bastasse, atualmente frequenta o segundo ano do Mestrado em Assessoria em Comunicação Digital do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), escola de Ciências Empresariais do P.PORTO. Isto porque, “no contexto social contemporâneo”, “não podemos simplesmente deixar de aprender e ficar na nossa zona de conforto”. Além de alargar os horizontes, com uma dissertação na área do e-Learning, o mestrado tem-lhe dado a oportunidade “de mostrar trabalho, colaborar e chegar a mais pessoas e a diferentes grupos”.
“Este movimento pessoal proporcionou uma convergência de know-how prático e teórico entre as tecnologias e a produção audiovisual e o movimento de digitalização que se tem sentido nos últimos anos nas empresas, tal como a IKEA”, explica, e o investimento num segundo ciclo de estudos ajudou-o a manter-se “na linha da frente profissionalmente e a ter uma participação ativa nos diversos projetos na área digital”.
Aos futuros licenciados, Ruben aconselha a que mantenham “uma atitude de mente e espírito abertos”, de forma a serem “inquisidores e perseverantes”. E também "para aproveitarem o que a ESMAD tem de bom como o corpo docente e técnicos nas diferentes áreas de estudo; a diversidade de material técnico; as instalações; a forte componente prática dos ciclos de estudos; e as diversas experiências que irão ter ao longo do percurso”.
Lança ainda um desafio adicional aos graduados de amanhã: “Poderem eles próprios também contribuir e ajudar a construir uma ESMAD ainda melhor no futuro, onde possam, por exemplo, um dia voltar como docentes.”