O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é objeto de um projeto ambicioso com marca P.PORTO. Com um financiamento de 48.000€, atribuído pela Fundación General CSIC, este projeto é uma parceria da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto , através do Centro de Investigação em Reabilitação (CIR) e do Centro de Estudos de Movimento e Atividade Humana (CEMAH), com a gigante espanhola Tecnalia Corporation Tecnológica.
O projeto tem como objetivo validar a usabilidade de um protótipo de electroestimulação funcional (FES) no membro superior em indivíduos pós-AVC, utilizando para tal uma abordagem inovadora da disfunção do controle motor. O sistema de electroestimulação multicanal permite a identificação de novas janelas terapêuticas para as diferentes condições do AVC.
“O conceito da electroestimulação funcional não é novo”, esclarece Rubim Santos, coordenador do CEMAH e docente da ESS, “a novidade consiste num aparelho de maior eficácia por permitir a adaptação a diferentes tipos de lesão.”
Sabemos como o AVC é uma doença severamente incapacitante, cujas consequências se manifestam no movimento disfuncional, provocando desequilíbrio, fraqueza ou paralisia, sendo a primeira causa de dependência no adulto e morbilidade a longo prazo. A disfunção do movimento, compromete e afeta a autonomia, tornando-se um propósito crucial na reabilitação. Cerca de metade dos sobreviventes desta patologia apresentam, seis meses após o acidente, disfunção dos membros superiores (moderado a grave) e apenas 5 a 20% têm recuperação total.
O FES-ABLE surge assim como uma ferramenta promissora para a intervenção da reabilitação em indivíduos com esta morbilidade, considerando a evidência já demonstrada onde há efetiva estimulação da área do cérebro associada ao controle motor.
O objetivo é sempre a melhoria da qualidade de vida dos doentes, com impacto concreto na redução dos custos da saúde, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva.
No futuro, enquanto se identificam amostras e se definem procedimentos necessários à implementação do projeto, espera-se a sempre difícil transição do laboratório para uma escala mais abrangente, em que o protótipo esteja acessível comercialmente a unidades hospitalares, clínicas e especialistas fisioterapeutas.