A exposição "Itinerários dos Objetos / Estética + Ciência = ARTE" do Politécnico do Porto inaugura dia 12 de novembro de 2018, e constitui uma oportunidade única para conhecer melhor este património singular de de arte contemporânea e ciência.
A exposição, integrada no ciclo de conferências do Tribunal da Relação do Porto “A Relação com a Cidade” é um projeto de curadoria da professora Fátima Lambert, da Escola Superior de Educação (ESE) com o Museu do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Nesta iniciativa, algumas das pinturas da coleção de arte contemporânea portuguesa do Politécnico do Porto são exibidas em conjunto com peças de teor cientifico e pedagógico, acrescentando a dimensão artística da própria execução das obras (tekne) à experiência estética que proporcionam.
A Coleção de Arte do Politécnico do Porto privilegia a pintura contemporânea portuguesa, com trabalhos de artistas cuja atividade foi iniciada entre os anos 1960 e 1980 (nalguns casos, as suas criações datam já de finais dos anos 90), cruzando autores de diferentes gerações, todos protagonistas do cenário que faz a história cultural na atualidade. Álvaro Lapa, Francisco Laranjo, José Rodrigues, René Bertholo ou Ângelo de Sousa são alguns dos vultos presentes na coleção, que pode ser vista até dia 25 de janeiro.
A par do importante acervo de arte contemporânea, a exposição integra ainda coleções do Museu do ISEP, exemplos cruciais da memória de uma instituição de ensino centenária que ocupa um lugar determinante na formação profissional especializada em Portugal. A relação destas duas coleções é, segundo a curadora da exposição, o associar da memória científica, pedagógica à memória das artes, "numa cumplicidade que nos eleva como espetadores e protagonistas do conhecimento, multimorfo e policrono, de um mundo a interpretar e refletir".
Para Fátima Lambert "a Arte consubstancia-se a partir de itinerários que cada pessoa, ao longo da história das Escolas do Politécnico, concretiza; de objetos científicos e pedagógicos, tanto como as obras artísticas que acumulam vivências e experiências estéticas. A disponibilidade para a fruição e o pensamento adiciona-se nos acervos e coleções, arquivando o dinamismo da memória viva. Assim se consolidará a promoção de uma cultura visual e conceptual, à semelhança do que seja a adesão às demais expressões científicas, pedagógicas, artísticas e patrimoniais, todas exigindo um pensamento crítico alargado e cruzando territórios singulares suscetíveis de uma praxis interrelacional."