Um avatar passará a responder às perguntas feitas por pessoas surdas que utilizam a estação de metro dos Aliados, na rede do Porto. Trata-se de um tradutor de língua gestual criado pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) que suporta seis idiomas: português, inglês, alemão, grego, esloveno e cipriota.
O tradutor piloto do Projeto europeu I-ACE foi hoje demonstrado no Piso -2 da estação a parceiros e estudantes e contou com a presença de João Rocha, Presidente do Politécnico do Porto, Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, Jorge Delgado, Presidente do Conselho de Administração do Metro do Porto, e o fundador da Associação de Surdos do Porto, Armando Baltazar.
Esta é uma infraestrutura inovadora que permite a tradução bidirecional automática entre língua gestual e discurso escrito e funciona com um sistema simples de perguntas.
Paula Escudeiro, professora e investigadora do ISEP e uma das coordenadoras do tradutor de texto escrito para língua gestual, explica que as traduções respeitam a semântica de cada um dos países parceiros deste projeto. "Esta tradução não é direta do português escrito para língua gestual, sabemos que esta é uma língua natural, com características próprias. A nossa preocupação foi fazer uma tradução o mais rigorosa possível daquilo que são as regras gramáticas da própria língua gestual de cada país."
“Projetos como este são uma medida fundamental para tornar o metro do Porto mais inclusivo e mais confortável para todos os utentes”, refere o Presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, referindo que, apesar de já existirem iniciativas criadas para facilitar a usabilidade da rede de transportes a pessoas com mobilidade reduzida ou invisuais, esta é a primeira iniciativa especificamente criada para a pessoa surda, sendo por isso de extrema importância o contributo do Politécnico do Porto.
Também o Presidente da Câmara, Rui Moreira congratula-se com a iniciativa e com o contributo do Politécnico do Porto para uma cidade mais inclusiva. “O P.PORTO é uma instituição fundamental, uma das lâmpadas de Aladino da cidade do Porto, que se acendem com boas ideias”, declara, frisando existir aqui um papel comum que é o pensamento estratégico para uma cidade melhor. “É a inventividade e o empreendedorismo do Politécnico que procuramos converter como estratégia comum para a cidade”, conclui.
“Projetos como estes são um exemplo da nossa vontade de transferir conhecimento para a sociedade”, refere o Presidente do Politécnico do Porto. “O Ensino Superior tem, para além da missão de formação, o dever de produzir conhecimento e de o colocar à disposição da sociedade civil. No Politécnico do Porto reafirmamos muito esta missão, dada as características da nossa investigação aplicada, muito orientada para a resolução de problemas concretos”, refere, frisando ainda que, em breve, será desenvolvido um conjunto de atividades que reforçará esta componente da missão da instituição.