A tradição repetiu-se no Porto. Como todos os anos, desde 2014, a Casa do Roseiral, no Palácio de Cristal, recebeu a sessão solene de imposição de medalhas municipais, que distinguem "pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, que se notabilizaram pelos seus méritos ou feitos cívicos". Foram, ao todo, premiadas 41 personalidades, cinco das quais a título póstumo, quatro instituições e um trabalhador municipal, num total de 46 distinções.
O Politécnico do Porto fez-se representar pelo seu Vice-Presidente Fernando Magalhães. O Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, representou o governo. Tal como outros vereadores e autarcas, Rosário Gambôa, Presidente do Politécnico do Porto entre 2010 e 2018, atualmente deputada à Assembleia da República e vereadora sem pelouro na autarquia portuense, também marcou presença.
Por proposta do Presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, a presidente da Fundação de Serralves, Ana Pinho, recebeu a Medalha de Honra, o mais alto título honorífico da cidade, pelo seu "papel fundamental na afirmação de uma fundação única, em que a parceria público-privada atinge a perfeição". Ana Pinho junta-se, assim, a outras figuras de relevo com o mesmo privilégio, como Isabel Pires de Lima, atualmente Vice-Presidente do Conselho Geral do Politécnico do Porto; Augusto Santos Silva, antigo Presidente da Assembleia da República; ou Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto entre 1982 e 2024.
“No Porto, sabemos ser gratos a quem nos quer ou faz bem. Há entre nós o dever ético de agradecimento e um vincado sentimento de gratidão, que se expressa sem constrangimentos ou pudores”, enfatizou Rui Moreira durante a cerimónia.
Por entre a lista de agraciados com a Medalha de Mérito, rica em variedade e excelência, encontram-se duas personalidades da Comunidade Politécnico do Porto, ambas com ligações à Escola Superior de Educação (ESE). O artista plástico Sobral Centeno e a psicóloga Milice Ribeiro dos Santos.
José Artur Sobral Centeno foi docente na ESE, entre 1987 e 2006. Licenciou-se em Artes Plásticas pela FBAUP e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou em incontáveis mostras coletivas e exposições individuais, em Portugal e no estrangeiro, estando a sua obra representada em várias coleções, públicas e privadas, incluindo a coleção de pintura contemporânea do Politécnico do Porto.
Milice Ribeiro dos Santos foi professora coordenadora na ESE, entre 1985 e 2010, tendo aí criado o programa "Escola de Pais Parentalidades", no Centro de Intervenção Pedagógica. Psicóloga de formação, pertenceu à Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, lecionou em universidades francesas, coordenou e participou em inúmeros projetos de investigação, nacionais e europeus, e é autora de vários livros e artigos científicos.
Nos premiados deste ano estão ainda nomes como a arquiteta Ana Aragão; o escritor Carlos Tê; o fotógrafo Fernando Veludo; o engenheiro Manuel Matos Fernandes; o galerista Pedro Marques Oliveira; o antigo secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira; o padre Rubens Marques; ou o músico Vítor Rua.
As instituições reconhecidas pelo município foram a Associação Recreativa e Cultural Conjunto Dramático 26 de Janeiro; o Centro de Atletismo do Porto; o Futebol Clube da Foz; e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte. O trabalhador municipal agraciado com a Medalha de Bons Serviços foi José Duarte, diretor de Desenvolvimento Urbano.
As Medalhas da Cidade são, desde 2014, atribuídas todos os anos a 9 de julho. Dividem-se em três categorias: Honra (Ouro); Mérito (Ouro, Prata e Cobre); e Bons Serviços (Ouro, Prata e Cobre).
A data convoca à memória o dia posterior à chegada, a 8 de julho de 1832, de D. Pedro IV e do seu exército ao Mindelo, em Vila do Conde, durante as Guerras Liberais. O exército libertador tomaria o Porto no dia seguinte, o tal dia 9, e pouco depois dava-se início ao Cerco do Porto pelas tropas realistas, fiéis a D. Miguel, que só terminaria em agosto do ano seguinte, com a vitória dos liberais a ditar o fim da última guerra civil na história de Portugal.