A história de uma mulher indecisa, caprichosa e enredada na própria volubilidade ganha corpo no palco do Teatro Nacional de São João (TNSJ), pela mão da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE).
Depois de em 2015 ter apresentado Ordo Virtutum, um drama litúrgico de Hildegard von Bingen, no claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória, a Ópera Estúdio da ESMAE, em colaboração com a Pós-Gradução em Ópera e Estudos Músico-Teatrais, apresenta agora La Donna Di Genio Volubile, peça de dois atos inscrita no género buffa, de Marcos Portugal (1762-1830).
Este compositor luso-brasileiro de música erudita foi um dos raros nomes da música portuguesa a fazer uma notável carreira internacional, percorrendo a Europa como um dos melhores compositores líricos da época. Destacou-se na ópera, compondo mais de 40 peças, mas também na música sacra, com mais de uma centena de obras produzidas.
É a segunda vez que esta “mulher de génio volúvel” é representada no TNSJ. A primeira vez foi em 1805, ainda este espaço chamava-se Real Teatro de São João.
Com direção artística de António Salgado e direção musical de José Eduardo Gomes, esta Donna inquieta e indecisa retirada do esquecimento em que se encontrava, no acervo do Porto, pela mão de Ana Liberal e David Cranmer do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical sobe ao palco do São João dias 6 e 7 de julho, numa encenação de António Durães.