Em 1519, quando Fernão de Magalhães iniciou a sua epopeia de navegação em busca das Ilhas Molucas, ricas em especiarias, idealizando e protagonizando a primeira viagem de circum-navegação do mundo, nunca poderia imaginar que a sua proeza iria alterar definitivamente o paradigma geográfico da época: confirmava-se que a terra não era plana. Com esta viagem iniciava-se uma nova era e uma nova conceção do mundo — o mundo da globalização e do conhecimento universal.
Corolário da descoberta de novas passagens marítimas, do contacto com novas realidades e novas rotas comerciais e do reconhecimento do valor científico da astronomia, geografia ou cartografia, esta viagem proporcionou um espectro de conhecimentos fundamentais para o alargamento dos saberes científico-humanistas.
Tomando como base o extraordinário impacto desta efeméride na construção de um mundo moderno e global, encarado pela primeira vez a uma escala planetária, foi criada a Rede Mundial de Universidades Magalhânicas (RUMA) para a investigação, ciência e cultura. A rede tem por objetivo inventariar, avaliar, partilhar e divulgar o trabalho produzido no contexto das comemorações do quinto centenário da viagem do navegador (que iniciam em 2019) e do envolvimento da rede no processo de candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
De assinalar a elaboração de um plano de conceção, gestão e desenvolvimento de uma plataforma tecnológica conjunta organizada pela Estrutura de Missão do Governo de Portugal, com o objetivo de divulgar os trabalhos de investigação produzidos no contexto referido, que servirá, no futuro, para manter linhas de trabalho e colaboração entre instituições e grupos de investigação.
O Politécnico do Porto associa-se assim a outras 14 Instituições de Ensino Superior de nove países, que se espalham pelos países tocados por esta viagem. Esta rede enquadra-se de forma relevante no eixo programático para a internacionalização da Presidência do Politécnico do Porto, pela oportunidade de manter sólidas as linhas de colaboração com instituições congéneres e grupos de investigação internacionais.