No âmbito do programa RESEARCH4COVID, foram aprovados dois projetos apresentados pelo Politécnico do Porto, com um investimento de 30 mil euros para cada um – o máximo de apoio possível.
Considerando que os diversos sistemas de saúde correm o risco de ultrapassar a sua capacidade de resposta na prestação de cuidados - quer ao nível do diagnóstico, quer ao nível do tratamento - um grupo de docentes do Politécnico do Porto, liderados por Ruben Fernandes, investigador da Escola Superior de Saúde (ESS), uniram esforços com médicos, docentes e investigadores de outras instituições, entre as quais a Faculdade de Medicina, os Agrupamentos de Centro de Saúde Entre Douro e Vouga I - Feira/Arouca e o Tâmega II - Vale do Sousa Sul, o Centro Hospitalar de Gaia/Espinho e o Hospital de Barcelos para criar os projetos IPP4AFA – Apoio ao diagnóstico molecular SARS-CoV-2 no ACES Entre Douro e Vouga I – Feira / Arouca e IPP4AVSS – Apoio ao diagnóstico molecular SARS-CoV-2 no ACES Tâmega II Vale do Sousa Sul.
O laboratório ao diagnóstico molecular SARS-CoV-2 situa-se no Porto Research, Technology & Innovation Center | PORTIC e a realização dos testes arrancam já na terceira semana de maio.
Para Ruben Fernandes, investigador e docente, “a elevada transmissibilidade e patogenicidade do vírus SARS-CoV-2, associada ao alto período de incubação, e o fato de portadores assintomáticos poderem ser diásporas da infeção fizeram com que a pandemia COVID-19 se tenha transformado numa ‘tempestade perfeita’ ao nível da Saúde Global.”
Todos os esforços são poucos, e o laboratório para a realização de testes para o novo SARSCoV-2 irá dar apoio às populações periféricas do grande Porto, em particular dos municípios de Arouca, Castelo de Paiva, Paredes, Penafiel e Santa Maria da Feira, cobrindo uma franja populacional superior a 325 000 utentes.
O núcleo de 14 profissionais de saúde ligados ao ensino, investigação e prática clínica que constituíram o consórcio financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, nos projetos IPP4AFA e IPP4AVSS, irá articular-se com um substancial número de profissionais dos cuidados de saúde primários, permitindo levar o teste laboratorial de uma forma mais personalizada e direta ao utente. Serão ainda beneficiados profissionais de saúde, elementos das forças de segurança e de corpos de bombeiros, para além de todos os que, não se incluindo nos parâmetros da referida norma da DGS por critério médico, devam ser rastreados.
Numa primeira fase, o consórcio instalado no Politécnico do Porto pretende realizar 160 testes diários. “A tarefa parece titânica considerando a dimensão da população a abranger”, refere o investigador, “mas estamos seguros do apoio das instituições e das suas estruturas de gestão, dos seus colegas e estudantes, dos profissionais de saúde que lutam diariamente no terreno, dos poderes políticos, das diversas comunidades - e no dever cívico de cada um em combater ativamente a pandemia, ajudando os outros ficando em casa.”
Com um investimento total de 1,8 milhões de euros, as 66 propostas financiadas abordam áreas de investigação que vão do diagnóstico à prevenção da COVID-19, a estudos clínicos e epidemiológicos ou à terapia, e correspondem a um investimento global de 1,8 milhões de euros, proveniente de fundos nacionais através do orçamento da FCT.
Das 302 candidaturas de todo o país, 284 projetos foram os escolhidos para avaliação, dentre os quais 66 vão ser financiados (20%).