QUANDO COMEÇOU A TUA LIGAÇÃO À ESCOLA?
A minha ligação à ESHT começa muito antes dela existir com esta configuração. Começa com os primórdios da ESEIG; uma escola assente no Bacharelato em Contabilidade e dividida em dois núcleos – Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Acompanhei a transferência da Escola para o edifício onde se encontra hoje e vi-a transformar-se na ESHT.
COMO RECORDAS OS PRIMEIROS TEMPOS?
Foi uma aventura. Era uma Escola do IPP fora do Porto, antes da A28, do metro e dos telemóveis. Nos primeiros anos as aulas começavam às 8:00 e muitas vezes fiquei desesperada, sem ter como avisar que estava atrasada, numa fila interminável na estrada nacional. Uma vez dei simplesmente a volta e regressei a casa depois de estar mais de duas horas parada à espera nas Guardeiras.
O QUE TORNA O TEU TRABALHO ESPECIAL?
Embora goste de alguma rotina, penso que, em demasia, a rotina mata-nos a imaginação e a criatividade. O meu trabalho oferece um contacto muito genuíno com as pessoas. E isso para mim é tudo - as pessoas são uma fonte eterna de novidade e de surpresa (boas e más é verdade!) e alimentam a tal criatividade e imaginação.
O QUE TORNA ESTA ESCOLA ÚNICA?
Mais uma vez as pessoas. As pessoas são únicas e fazem dos espaços que ocupam, das relações que estabeleçam e das suas experiências coisas únicas e irrepetíveis. Isto aplica-se à vida em geral, logo também à Escola. Esta Escola dá-me, para além do mais, a oportunidade de trabalhar com as minhas melhores amigas – não posso querer mais.
O QUE MAIS MUDOU NESTES ANOS?
Correndo o risco de parecer um disco riscado, são as pessoas. As pessoas mudaram e mudaram o ambiente de trabalho, os processos e os ritmos de trabalho. Os estudantes mudaram também. Com a sua nova configuração, a Escola atrai estudantes que fazem uma escolha mais vocacional e isso põe-nos mais responsabilidade sobre os ombros.
APRESENTE UM EPISÓDIO MARCANTE?
A implementação do Curso de Gestão e Administração Hoteleira de que fui a primeira Coordenadora. O primeiro ano de funcionamento coincidiu com a adaptação ao Processo de Bolonha e foi preciso restruturar o curso duas vezes com três meses de diferença. Passei o ano a dormir quatro horas por dia e é por isso que vejo esse curso como o meu filho intelectual.
UMA IDEIA PARA O FUTURO
Aprendi que os planos são para desfazer. No médio prazo, ler um livro à sombra de uma árvore.
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A rubrica Um de Nós representa um espaço de partilha de experiências, ideias, histórias, e projetos, com uma breve entrevista a estudantes, docentes e não-docentes. É nossa convicção que cada Escola guarda — nos seus bastidores, salas, corredores e gabinetes — muitos rostos e talentos. Queremos ser a voz de cada um de nós porque as grandes histórias por vezes estão mais próximas do que imaginamos.