Para além dos trabalhos na área do cinema, teatro ou ópera, Ricardo é docente da Escola Superior de Música e artes do Espetáculo (ESMAE) desde 2009.
QUANDO COMEÇOU A TUA LIGAÇÃO À ESMAE?
A minha ligação à Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) começa em 2000, quando inicio os estudos em cenografia.
COMO RECORDAS OS PRIMEIROS TEMPOS?
Lembro-me de sentir que habitava um espaço que era de todos e para todos. Lembro-me do café-concerto ser, mais que um refeitório, um ponto de encontro. Queríamos muito fazer teatro, e era aqui que conversávamos sobre ele. Foi a grande sala de aula, onde não havia turmas, havia sim, pessoas interessadas em fazer e falar sobre as artes do espetáculo.
O QUE TORNA O TEU TRABALHO ESPECIAL?
Os estudantes, as pessoas.
O QUE TORNA ESTA ESCOLA ÚNICA?
As pessoas.
O QUE MAIS MUDOU NESTES ANOS?
Acho que deixou de ser um espaço onde se pensa a arte e o que queremos dela e passou a ser uma escola.
CONTA UM EPISÓDIO MARCANTE.
Tenho dois: quando tive o privilégio de ter aulas com o meu mestre, o professor Moura Pinheiro com quem aprendi a pensar como artista. O segundo foi quando senti o verdadeiro prazer em dar aulas, quando tens à tua frente estudantes que deixam de pensar como cenógrafos e fazem-no enquanto artistas.
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A rubrica Um de Nós representa um espaço de partilha de experiências, ideias, histórias, e projetos, com uma breve entrevista a estudantes, docentes e não-docentes. É nossa convicção que cada Escola guarda — nos seus bastidores, salas, corredores e gabinetes — muitos rostos e talentos. Queremos ser a voz de cada um de nós porque as grandes histórias por vezes estão mais próximas do que imaginamos